Além de acompanhar o monitoramento dos animais no rio Uatumã, a equipe entregou às pousadas locais materiais educativos alusivos à proteção da espécie e ao projeto ‘Soltura Peixe-boi de Balbina’
Por Fernanda Farias – Ascom Ampa
Balbina – AM
O acompanhamento do monitoramento dos peixes-bois soltos e educação ambiental são ações importantes nas comunidades após a etapa de soltura dos cinco animais na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Uatumã, realizada pela Associação Amigos do Peixe-Boi (Ampa) e a Eletrobras Eletronorte, em meados de maio de 2024.
Uma equipe da Ampa visita as comunidades constantemente para acompanhar de perto o trabalho de monitoramento realizado pelos comunitários locais. “Nesta vinda à comunidade, acompanhei o trabalho dos assistentes de campo, que realizam esse monitoramento, e também entreguei às pousadas do rio Uatumã um banner com informações sobre o projeto, proteção da espécie e o que fazer caso veja um peixe-boi em perigo”, explica o biólogo Diogo Souza.
De acordo com Souza, é importante ter materiais informativos sobre o projeto nas pousadas, especialmente agora nesta época de seca que acontece a temporada de pesca esportiva na região. “É uma oportunidade para que os turistas e os pescadores, que visitam a RDS, conheçam o projeto e entendam mais sobre o trabalho que está sendo feito na região em parceria com as comunidades locais”, comenta.
Monitoramento
O biólogo explica que por meio do monitoramento via telemetria VHF conduzido pelos comunitários, é possível acompanhar o deslocamento e uso do ambiente dos cinco peixes-bois nas diferentes épocas sazonais do rio Uatumã, que permite avaliar a adaptação ao ambiente natural após os 150 dias de soltura.
“Neste momento os animais se encontram no canal do rio Uatumã, em poços profundos de até 15 metros, que são áreas usadas por peixes-bois nativos neste período. Dois peixes-bois fêmeas estão relativamente próximos um do outro, que é a Bacaba e a Audaz. E tem um peixe boi macho, o Ipiranga, que apresenta deslocamentos mais longos, distante hoje cerca de 80 quilômetros abaixo da área de soltura”.
Um dos resultados mais importantes do monitoramento, segundo Souza, é observar que os animais conseguiram perceber a vazante do rio e se deslocaram para o canal principal do rio Uatumã.
“Nessa época do ano, principalmente quando ocorre uma seca extrema como de 2024, todos os lagos do Uatumã secam, e os animais que estavam aqui na época da cheia saíram e foram para o canal do rio. E isso é um comportamento muito importante, que mostra que eles perceberam a vazão do nível da água e se deslocaram, provavelmente, com peixes bois nativos”.
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