Alguns peixes-bois, que vivem no plantel do CPPQMA, em Balbina, serão levados para a área de semicativeiro onde ficarão de um a três anos para se readaptar à natureza
Por Fernanda Farias – Ascom Ampa
Balbina – AM
Antes de voltarem para os rios, os peixes-bois que estão no Centro de Preservação e Pesquisa de Mamíferos e Quelônios Aquáticos (CPPMQA), em Balbina, precisam passar por algumas etapas para sobreviverem no novo ambiente. As equipes da Associação Amigos do Peixe-boi (Ampa) e a Eletrobras Eletronorte, que executam o projeto ‘Soltura Peixe-boi Balbina’, realizaram durante três dias o manejo de potenciais peixes-bois para serem levados ao lago.
O primeiro passo desta etapa, segundo a veterinária responsável pelo projeto, Daniela Mello, foi realizar exames clínicos mais detalhados nos animais mantidos em cativeiro.
“Dessa forma podemos identificar aqueles animais com potencial para avançar na próxima fase de reabilitação, o semicativeiro. Foram feitas avaliações clínicas e físicas, assim como coleta de amostras para análise laboratorial, garantindo que apenas os animais saudáveis sejam levados para o lago”, explica.
A veterinária explica que após os exames finalizados, os peixes-bois que estão em boas condições de saúde e livres de agentes patogênicos serão transferidos para o lago de semicativo da Secretaria de Estado da Produção Rural (Sepror).
“Nesse ambiente, que simula condições mais próximas ao habitat natural, os animais permanecem por períodos que variam de um a três anos , que é o tempo necessário para se readaptarem à natureza, e com isso desenvolvam habilidades essenciais para a etapa de soltura”, comenta.
Projeto ‘Soltura Peixe-boi Balbina’
O projeto ‘Soltura Peixe-boi de Balbina’ já devolveu para natureza cinco peixes-bois na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Uatumã, e acompanha o monitoramento dos animais por meio de cintos transmissores acoplados no momento da soltura, ocorrido em maio deste ano.
“A gente ainda não teve a oportunidade de fazer a captura esses animais que foram soltos, mas existem evidências de que esses animais estão bem de saúde, como pela observação de plantas aquáticas que foram mordidas, pela evidência de fezes nos locais que eles estão, e também pelo padrão de movimento desses animais, que podemos observar no monitoramento, por meio dos cintos transmissores, que é realizado pelos comunitários da RDS Uatumã.
A previsão para uma nova soltura dos animais, que já estão se readaptando no semicativeiro, é para maio de 2025, na época de enchente a dos rios da Amazônia.
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