O objetivo é avaliar o quadro de saúde destes animais que vivem em cativeiro
Ascom AMPA – Aline Cardoso
Os peixes-bois da Amazônia (Trichechus inunguis) que fazem parte do plantel do Centro de Pesquisa e Reabilitação de Animais Silvestres – CEPRAS, localizado no município de Balbina (AM), tem passado por uma bateria contínua de exames a fim de avaliar a aptidão para futura soltura.
Esta atividade de manejo é realizada pela Associação Amigos do Peixe-boi-AMPA, em colaboração com a Eletrobras Eletronorte, com o apoio do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia-INPA.
Até o momento, duas expedições ao CEPRAS, que é distante 208 km da capital Manaus, já foram realizadas – uma em agosto de 2022 e outra em março de 2023 para avaliar os animais. A equipe é composta por biólogos, veterinários, técnicos e pescadores.
Segundo a coordenadora do projeto, Dra. Vera da Silva, “as ações tiveram como finalidade avaliar os parâmetros de saúde dos 48 peixes-bois por meio da coleta de sangue, fezes, swabs e medidas de peso e comprimento”.
As análises bioquímicas, hematológicas, microbiológicas e de diversas zoonoses, assim como a extração de DNA para verificar a diversidade genética e teste de paternidade dos animais que nasceram no cativeiro, serão feitas pelo Laboratório de Mamíferos Aquáticos do INPA, com a colaboração de laboratórios parceiros.
A próxima etapa será avaliar o resultado dos exames e histórico clínico e comportamental dos animais, para selecionar peixes-bois potenciais e aptos para futura soltura na natureza.
Entenda a colaboração Ampa – Eletronorte Eletrobras
O plano de trabalho entre a AMPA e a Eletronorte Eletrobras foi dividido em quatro etapas: pré-soltura, semicativeiro, soltura e pós-soltura.
O CEPRAS mantém 48 peixes-bois, sendo 26 machos e 22 fêmeas, com idade média de 16 anos (variando entre 3 e 33 anos de idade). Destes, quatro nasceram no local, em 2020.
A reabilitação dos indivíduos que chegaram ao CEPRAS ainda filhotes e órfãos é considerada a etapa inicial, importante para garantir o sucesso de uma posterior devolução desses animais à natureza.
Entretanto, com tanto tempo sob cuidados humanos em ambientes confinados e recebendo alimento cultivado, antes de liberá-los, é preciso garantir que os mesmos estejam em boas condições de saúde. Por isso, as atividades de manejo para o monitoramento de saúde dos peixes-bois é peça fundamental para objetivo maior, que é prepará-los para uma soltura responsável e bem-sucedida.