Empresários e funcionários são capacitados em boas práticas para a interação de baixo impacto com botos. Essa capacitação é uma das obrigações para adquirir autorização das atividades de turismo de interação com o boto-vermelho
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No primeiro dia do ‘I Curso de Boas Práticas para o Turismo de baixo impacto com boto-vermelho’, realizado pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTIC) em parceria com a Associação Amigos do Peixe-boi (Ampa), e o Ministério Público Federal (MPF), pesquisadores e agentes ambientais explicam sobre as aplicações da Resolução/CEMAAM Nº 28 para os empresários e funcionários de flutuantes que realizam turismo com o boto-vermelho.
A pesquisadora do Inpa, Vera da Silva, deu início ao curso de boas práticas, explicando sobre a Resolução do Conselho Estadual de Meio Ambiente do Estado do Amazonas N. 28 de 22 de janeiro de 2018.
“O curso também é uma ação do Projeto Boto em conjunto com MPF e do Projeto Mamíferos Aquáticos da Amazônia, que é patrocinado pela Petrobras”, comenta Silva, que também e coordenadora dos dois projetos.
De acordo a analista ambiental do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), Sônia Canto, que discorreu em seguida sobre a Legislação ambiental, é importante que os empresários e funcionários dos flutuantes internalizem essa resolução para compreenderem o passo-a-passo do licenciamento e as implicações do não licenciamento.
“Hoje do jeito que está não pode continuar, porque teoricamente estão todos ilegais, nenhum flutuante que faz atividades de turismo com o boto tem a autorização de nenhum órgão ambiental para estar funcionando. O que eles tem são orientações passadas pelo Ibama”, disse Canto, que tem experiência em Conservação de áreas silvestres, recursos florestais e engenharia florestal.
A analista falou ainda sobre a importância de conhecer a legislação ambiental, a lei de proteção à fauna, além dos crimes ambientais e a valoração das multas. “Tudo isso é necessário para que eles tenham ciência que todos precisam cumprir o que já foi estabelecido”, comenta a engenheira florestal.
Ainda durante a manhã, a aluna de doutorado do curso de Biologia de Água Doce e Pesca Interior do Inpa, Sannie Brum, que atua desde 2007 em projetos de conservação na Amazônia, abordou as formas de monitoramento de populações de botos-vermelhos e o controle das atividades de interação com esses animais.
Conservação de peixes e noções básicas sobre biologia dos botos
O armazenamento e manipulação do pescado que é oferecido aos botos durante a interação foi um dos assuntos esclarecidos no curso pelo médico veterinário Felipe Faccini, que também é professor do Instituto Federal do Amazonas (Ifam).
Já o veterinário, Rodrigo Amaral, falou sobre noções básicas sobre a biologia do boto-vermelho e doenças que podem acometer cetáceos e procedimentos sanitários para a manipulação durante a interação com os animais.
“Dentre as recomendações estão lavar as mãos antes e depois das interações com os botos para que qualquer contágio de doenças seja evitado” comenta o professor do Ifam, acrescentando que também é recomendado não passar bloqueador solar quando entrar no rio por perigo de contaminação aos animais.
Programação
A programação continua amanhã (25) com palestras da pesquisadora Vera da Silva sobre biologia do boto-vermelho e noções de segurança para o turismo de baixo impacto; representante da AmazonasTur sobre o Turismo no Estado, e legislação relacionada à atividade turística; representante da Marinha do Brasil, sobre adequações estruturais em plataformas flutuantes, normativas da Marinha, dentre outros assuntos.
Curso
O curso é uma ação do Inpa, em parceria com a Ampa e o Ministério Público Federal, e conta com o apoio do Ipaam, AmazonasTur, Marinha do Brasil, Instituto Chico Mendes, e do Instituto Federal do Amazonas.
Texto: Fernanda Faerias/Ascom Ampa