O primeiro local escolhido para soltura dos peixes-bois da Amazônia, que vivem em cativeiro no CPPMQA, em Balbina, foi a RDS do Uatumã por ser uma área protegida, ter oferta de alimentos e outros peixes-bois
Fernanda Farias – Ascom Ampa
Os primeiros peixes-bois da Amazônia, que vivem no plantel do Centro de Preservação e Pesquisa de Mamíferos e Quelônios Aquáticos (CPPMQA) serão soltos na natureza na região da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Uatumã, na época de enchente do próximo ano., A ação é uma parceria da Eletrobrás/Eletronorte e da Associação Amigos do Peixe-boi (Ampa).
De acordo com o biólogo Diogo de Souza, são realizadas várias etapas até o momento da soltura dos animais na natureza. “Primeiro realizamos o reconhecimento dos principais rios da região para selecionar a área de soltura. Fomos acima da barragem da hidrelétrica de Balbina e também abaixo do rio Uatumã”, disse.
A área mais interessante, que tem as características necessárias para a soltura dos animais, foi o médio rio Uatumã, dentro da RDS Uatumã. Segundo Souza, a seleção da área de soltura precisa ser dentro de uma Unidade de Conservação, com a atuação de instituições parceiras na região.
”É importante também que tenha alimento para os animais, macrófitas aquáticas em abundância; que tenha ausência de caça e principalmente o apoio das comunidades locais, tanto na proteção dos animais quanto no monitoramento pós soltura”, explica.
Soltura e monitoramento
A soltura dos animais será realizada pelas equipes do CPPMQA e Ampa. Após a soltura, os animais serão monitorados por meio de cintos transmissores VHF, adaptados na cauda dos peixes-bois, de forma que não machuque ou interfira na mobilidade e natação dos animais.
“A ideia é que os animais sejam monitorados por no mínimo um ano com apoio das comunidades locais para ver se eles vão se adaptar àas novas condições naturais. Também queremos coletar informações ecológicas dos peixes-bois no novo habitat, como movimentos diários e sazonais, e entender sobre os principais ambientes usados pela espécie ao longo das enchentes e vazantes do rio Uatumã”, finaliza Souza.
Sobre o CPPMQA
O CPPMQA atua desde 1992 na reabilitação de filhotes órfãos de peixe-boi da Amazônia, visando devolver os animais à natureza e recuperar a população da espécie na região amazônica, de forma a garantir a sua conservação em longo prazo, além de melhorar a qualidade de vida e bem estar dos indivíduos.
Sobre a AMPA
A Associação Amigos do Peixe-boi (Ampa) é conveniada ao Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) e realiza atividades e estudos científicos para conservação dos cinco mamíferos aquáticos da região amazônica: peixe-boi (Trichechus inunguis), a lontra neotropical (Lontra longicaudis), a ariranha (Pteronura brasiliensis), o tucuxi (Sotalia fluviatilis) e o boto-vermelho (Inia geoffrensis).
O Peixe-boi da Amazônia
O peixe-boi da Amazônia é o maior mamífero aquático de água doce e pode medir até três metros e pesar até 450 kg. Esses animais vivem exclusivamente em água doce e estão ameaçados de extinção no Brasil e no Mundo. São animais muito importantes para o equilíbrio dos ecossistemas aquáticos.
Acompanhe as ações da Associação Amigos do Peixe-boi nas redes sociais: @ampa_peixeboi.