Eletrobras Eletronorte e Ampa realizam soltura de peixes-bois da Amazônia na Reserva do Uatumã (AM)

Cinco peixes-boi da Amazônia, que viveram sob cuidados do Centro de Preservação e Pesquisa de Mamíferos e Quelônios Aquáticos (CPPMQA), em Balbina (AM), foram soltos pela Eletrobras Eletronorte e a Associação Amigos do Peixe-boi (Ampa) no último dia 11. A soltura inédita aconteceu na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Uatumã.

A atividade para a conservação do peixe-boi da Amazônia é uma parceria da Eletrobras Eletronorte com Ampa, e recebe o apoio do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTIC). “É fundamental que instituições como o CPPMQA, que abrigam peixes-boi resgatados, desenvolvam programas de solturas. E essa primeira atividade, da parceria da Ampa com a Eletrobras, é um marco para outras ações em prol da proteção desses animais”, diz Vera da Silva, pesquisadora do Inpa.

Em meio à translocação dos peixes-boi, do centro de pesquisa para o barco que os transportou à RDS do Uatumã, a gerente de Gestão de Condicionantes da Eletrobras Eletronorte, Katriana Ossami, afirmou que “hoje estamos realizando a primeira soltura aqui do CPPMQA, que trabalha há muitos anos na reabilitação e na conservação desses animais, e essa parceria é muito importante para garantir a perpetuação da espécie”, destacou.

A jornada rumo à soltura contou com o cuidado dos tratadores, veterinários e biólogos que monitoraram a saúde e o comportamento dos animais, transportados em tanques de fibra com água até à RDS do Uatumã.

Peixes-bois da Amazônia recebendo cuidados antes de embarcar para a soltura.

Comunidades

A recepção aos peixes-boi reuniu na comunidade Maracarana moradores de diversas localidades, e logo as crianças puderam entrar no barco para observar de perto os novos moradores da reserva. Na atividade de soltura é importante o trabalho de educação ambiental junto às comunidades. Meses antes, foram realizadas diversas ações para que todos pudessem entender as etapas do processo, do resgate ao monitoramento pós-soltura.

“Falar com os comunitários sobre todas as etapas que envolvem a soltura, aproxima ainda mais as comunidades para essa ação. Conhecer de perto a espécie, ali de pertinho, aflora nas pessoas o sentimento de querer proteger”, disse a educadora ambiental da Ampa, Renata Vilar.

A soltura de peixes-bois reuniu na comunidade Maracarana moradores de diversas localidades da Reserva do Uatumã.

As atividades contaram com apresentações teatrais que mostraram o resultado das ações de educação ambiental com as crianças. O agente de Fiscalização Técnica da Eletrobras Eletronorte, Vitor Perdigão, agradeceu o envolvimento das comunidades com o projeto. “Estou feliz e emocionado com a recepção que vocês estão dando ao projeto e aos peixes-boi. O centro de proteção tem um cuidado diário com os animais há mais de 15 anos”, afirmou.

RDS do Uatumã

A área escolhida para a soltura foi o médio Rio Uatumã, dentro da RDS do Uatumã, por ter as características necessárias para a sobrevivência dos peixes-boi. Para o biólogo Diogo de Souza, “é importante que tenha alimento para os animais, macrófitas aquáticas em abundância; pouco histórico de caça e, principalmente, o apoio das comunidades locais, tanto na proteção dos animais quanto no monitoramento pós-soltura”.

O peixe-boi da Amazônia

O peixe-boi da Amazônia é uma espécie vulnerável à extinção, segundo a lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) das espécies ameaçadas. Ele é o maior mamífero aquático de água doce e pode medir até três metros e pesar até 450 kg. São animais de extrema importância para o equilíbrio dos ecossistemas aquáticos da região.