O evento trouxe dados importantes que podem gerar estratégias de conservação
Ascom AMPA – Aline Cardoso
workshop “Perspectivas para a Conservação do Boto-vermelho” foi realizado nesta terça-feira, 7 de dezembro, no Auditório da Casa da Ciência, no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – INPA/MCTI e contou com a presença de entidades, pesquisadores e comunidade acadêmica.
Esta é uma iniciativa do Projeto Mamíferos Aquáticos, que é patrocinado pela Petrobras e executado pela Associação Amigos do Peixe-boi – AMPA.
O evento contou com a apresentação de pesquisas que cercam os efeitos da pesca da piracatinga e seus impactos em âmbito social, ambiental e comercial. Dados importantes foram trazidos sobre a genética das espécies de botos da Bacia Amazônica, alternativas de isca para a pesca, como tem sido a comercialização de pescado no mercado local.
De acordo com Vera da Silva, bióloga e coordenadora do Projeto, mesmo com a moratória – que proíbe a pesca da piracatinga – em vigor, o bagre continua a ser pescado e comercializado. “Estamos a seis meses do encerramento da renovação da moratória. É preciso encontrar meios definitivos que possibilitem a conservação do boto-vermelho, já ameaçado de extinção”, afirma.
Relembre a moratória
A partir da publicação da Instrução Normativa Interministerial Nº 6 de 17 de julho de 2014, ficou proibida, por um período de cinco anos, a pesca, retenção a bordo, transbordo, desembarque, armazenamento, transporte, beneficiamento e a comercialização da piracatinga (Calophysus macropterus) em águas jurisdicionais brasileiras e em todo território nacional.
Após o prazo de vigência da Instrução Normativa Interministerial Nº 6 de 17 de julho de 2014 houve a prorrogação da moratória da piracatinga por um período de um ano, em 2020, e mais recentemente, uma nova portaria – Portaria SAP/MAPA Nº 271, de 1º de julho de 2021 – da Secretaria de Aquicultura e Pesca do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento estabelece uma nova moratória da piracatinga por um período de um ano, a contar de 1º de julho de 2021.
A campanha Alerta Vermelho teve duração de cinco anos e nesse período foram realizadas capacitações para os fiscais dos órgãos ambientais do Estado do Amazonas reconhecerem algumas espécies de bagres que já se encontram processadas e congeladas em frigoríficos para comercialização.