Os peixe-bois serão reabilitados no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – Inpa/MCTI e daqui alguns anos poderão retornar à Natureza, por meio do Programa de Soltura de Peixes-bois da Amazônia, gerenciado pela Associação Amigos do Peixe-boi – Ampa. o programa faz parte do Projeto Mamíferos Aquáticos da Ampa, patrocinado pela Petrobras, por meio do Programa Petrobras Socioambiental.
Resgates
Desde o nascimento da Associação Amigos do Peixe-boi- Ampa em 2000, mais de 120 filhotes órfãos de peixe-boi da Amazônia foram resgatados e levados ao Inpa/MCTI para serem reabilitados.
Desses, quatro, já adultos, foram transferidos para um semi-cativeiro, em Manacapuru (AM), para serem futuramente reintroduzidos à natureza, o que caracteriza sucesso na reabilitação; e, um virou embaixador da Amazônia no Aquário de São Paulo.
Atualmente, 54 peixes-bois ainda vivem no Parque Aquático Robin C. Best no Inpa/MCTI. Quatro, têm entre 35 e 40 anos, não devem mais retornar aos rios da Amazônia. Cinco foram concebidos, nascidos e criados em cativeiro. Treze já estão fora da idade estabelecida pelo protocolo de reintrodução. 20 são candidatos a futuras solturas; e, 11 ainda são filhotes, cuja alimentação é feita basicamente da composição láctea nutricionalmente mais próxima ao leite materno, desenvolvida pelo Laboratório de Mamíferos Aquáticos do Inpa/MCTI, com apoio da Ampa.
Peixe-boi da Amazônia
O peixe-boi da Amazônia é o menor dos peixes-bois existentes no mundo, alcançando um comprimento de 2,8 a 3,0 m e pesando até 450 kg. Seu couro cinza escuro é extremante grosso e resistente. A maioria dos indivíduos tem uma mancha branca na região ventral. Esta característica, juntamente com a ausência de unhas nas nadadeiras peitorais, ajuda a distingui-lo do peixe-boi marinho e do africano. O peixe-boi da Amazônia é, também, o único que ocorre exclusivamente em água doce, podendo ser encontrado em todos os rios da bacia Amazônica. Alimentam-se essencialmente de plantas aquáticas e semi-aquáticas, e chegam a consumir mais de 10% do seu peso corporal em alimento por dia. Seu metabolismo é de apenas 36% daquele previsto para um mamífero placentário do mesmo porte. Isto o permite permanecer mais de 20 minutos em baixo da água, sem respirar. Cada fêmea de peixe-boi produz apenas um filhote a cada gestação e este filhote pode mamar por até dois anos. O peixe-boi da Amazônia está classificado como espécie “vulnerável” pela UICN (2000).