Em comemoração aos 15 anos de nascimento do Kinjá, a equipe do Projeto Mamíferos Aquáticos da Amazônia, patrocinado pela Petrobras, fará uma celebração amanhã para o peixe-boi, com direito a bolo de jerimum e vegetais. Kinjá ficará de sexta-feira à domingo no tanque de exposição onde haverá informações e sensibilização ambiental
Por Fernanda Farias/Ascom Ampa
Em comemoração ao aniversário do Kinjá, a equipe da Associação Amigos do Peixe-boi (Ampa), com o intuito que a comunidade conheça o peixe-boi mais bonito, transferirá o animal para o tanque de exposição, localizado no Bosque da Ciência no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTIC). O Bosque da Ciência funciona de 9h às 17h, o valor do ingresso custa R$5, crianças até 10 anos e idosos não pagam.
Kinjá, que nasceu há 15 anos no cativeiro do Inpa, é filho da fêmea Boo e do macho Tupy, e considerado o peixe-boi da Amazônia mais bonito por vários especialistas do Brasil, por possuir uma mancha branca peculiar que se estende da barriga, nadadeira peitoral até o focinho.
O biólogo responsável pelo Programa de Reintrodução de Peixes-bois, Diogo de Souza, explica que o peixe-boi da Amazônia é a única espécie dentre os sirênios existente que possui uma mancha branca ou rosada na barriga. “Esta característica contribui para o manejo no cativeiro porque cada indivíduo possui uma mancha única, funcionando como uma impressão digital que ajuda na identificação de cada animal”, disse.
O projeto peixe-boi do Inpa, que hoje funciona dentro do Projeto Mamíferos Aquáticos da Amazônia, existe desde 1974 e a primeira reprodução em cativeiro aconteceu em 1998, com o nascimento do filhote macho Erê. Segundo Souza, a reprodução da espécie começou a dar certo por conta na mudança no manejo e alimentação dos animais.
“A reprodução em cativeiro do peixe-boi da Amazônia está dominada e conhecida graças as pesquisas pioneiras realizadas pelo INPA há mais de 40 anos, porém não é realizada há 10 anos por conta da quantidade de filhotes órfãos de peixes-bois que recebemos anualmente. Resgatamos em média de 10 a 12 peixes- bois por ano, por isso agora as fêmeas são separadas dos machos”, explica o biólogo que é mestre em Biologia de Água Doce e Pesca Interior pelo Inpa.
Educação Ambiental
Na sexta-feira até domingo haverá sensibilização ambiental para o público que visitar o Kinjá com a educadora ambiental do Projeto Jamylle de Souza, com explicações sobre a espécie, cartaz autoexplicativo, e material de educação. “ As pessoas poderão conhecer mais sobre o trabalho que o Projeto Mamíferos aquáticos da Amazônia realiza na região desde o manejo às pesquisas para conservação da espécie”, comenta a bióloga que é mestre em Ciências Florestais e Ambientais pela UFAM.
Conservação
De acordo com a coordenadora do Projeto Mamíferos Aquáticos da Amazônia, a pesquisadora do Inpa, Vera da Silva, a reprodução em cativeiro garante os mecanismos de sobrevivência de uma espécie. “O sucesso dessa reprodução nos mostra que o peixe-boi pode ser reproduzido em cativeiro, numa configuração de necessidade extrema há possibilidade de salvar a espécie, mas o ideal é que os animais se mantenham na natureza com os próprios recursos e habilidades”, explica.
Projeto Mamíferos Aquáticos da Amazônia
O Projeto Mamíferos Aquáticos da Amazônia recebe o patrocínio da Petrobras, por meio do Programa Petrobras Socioambiental, renovado em 2018. O projeto é executado pela Associação Amigos do Peixe-boi – AMPA e tem como principais objetivos resgatar, reabilitar e reintroduzir peixes-bois (Trichechus inunguis) aos rios da Amazônia, além de auxiliar o projeto Boto do Inpa.