“Os turistas terão que se adequar também a nova legislação, todos terão que participar de forma legalizada durante as atividades de interação com os botos”, alerta a pesquisadora do Inpa, Vera da Silva
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A importância das atividades legalizadas no turismo do Amazonas e noções de segurança durante as atividades de interação com os botos foi um dos temas expostos no último dia do ‘I Curso de Boas Práticas para o Turismo de baixo impacto com boto-vermelho’, realizado pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTIC) em parceria com a Associação Amigos do Peixe-boi (Ampa), e o Ministério Público Federal (MPF).
O representante da Capitania dos Portos o terceiro sargento da Marinha do Brasil, Julimar da Silva Brito, deu início ao segundo dia do curso, discorrendo sobre a importância das pessoas que trabalham com os flutuantes buscarem a regularização. “Todos os empreendimentos que estão legalizados estão contribuindo para a segurança da navegação e para o ordenamento do espaço aquaviário”, disse.
Dentre outros assuntos, o sargento abordou as funções e competências da Marinha do Brasil na Amazônia; a importância das adequações estruturais em plataformas flutuantes para a segurança de atividades realizadas em ambientes aquáticos; normativas da Marinha no Brasil quanto à adequação de estruturas flutuantes não destinadas à navegação.
O diretor de Turismo da Amazonastur Aladio Correa Jr, durante o curso, revelou dados da atuação turística do Estado, pontuando que o Amazonas recebe por volta de 600 mil turistas por ano, e comenta o quão importante é a atividade legalizada para passar maior credibilidade e segurança nas atividades turísticas do Estado.
“Vocês (empresários e funcionários) têm a obrigação e responsabilidade de cuidar dessa atividade com base na lei, além de sensibilizar os turistas, que é muito importante para o turismo do Estado do Amazonas”, comenta o diretor, acrescentando que o turismos no amazonas é uma atividade econômica que precisa ser consolidada.
Segurança para turismo com o boto
A pesquisadora do Inpa, e coordenadora do projeto Mamíferos Aquáticos da Amazônia, que recebe o patrocínio da Petrobras, explicou aos funcionários sobre a biologia, morfologia e curiosidades sobre o boto-vermelho e tucuxi, além de abordar as noções básicas sobre segurança para o turismo de baixo impacto com o boto-vermelho.
“Agora com a Resolução teremos maior ordenamento para as atividades com o boto, como por exemplo: o turista não pode mais alimentar os animais, o turista não pode mais ficar solto na água mas sim numa plataforma, além de ter um número limitado de turistas para cada interação, isso tudo visando a segurança de todos”, explicou a pesquisadora
Para conclusão do ‘I Curso de Boas Práticas para o Turismo de baixo impacto com boto-vermelho’, a aluna de mestrado do curso de Genética do Inpa, Ellen Helena, apresentou aos empreendedoras resultados da pesquisa feita anteriormente com dois flutuantes e a que realizará com os botos que habitam o baixo rio Negro.
“Com os dados das coletas durante a minha pesquisa será possível conhecer mais sobre o fluxo genético desses animais que circulam pelos flutuantes de interação e assim aperfeiçoar as pesquisas para a conservação da espécie”, explicou a bióloga, que atua no Laboratório dos Mamíferos Aquáticos do Inpa.
O Curso
O ‘I Curso de Boas Práticas para o Turismo de baixo impacto com boto-vermelho’, é referente às aplicações da Resolução/CEMAAM Nº 28 para os empresários e funcionários de flutuantes que realizam turismo com o boto-vermelho.
A atividade é uma ação do Inpa, em parceria com a Ampa e o Ministério Público Federal, e conta com o apoio do Ipaam, AmazonasTur, Marinha do Brasil, Instituto Chico Mendes, e do Instituto Federal do Amazonas. O curso conta ainda com o apoio do Projeto Mamíferos Aquáticos da Amazônia, que tem o patrocínio da Petrobras.